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Presépios

OS PRESÉPIOS

 

O presépio, do latim — proesepium, estábulo ou proesoepe, manjedoura — tem tradução e veneração nas regiões católicas. O objetivo é tornar a liturgia do Natal mais acessível e, portanto, mais pró­xima dos fiéis, através das represen­tações da cena de adoração ao menino Deus na manjedoura, em Belém. São Francisco de Assis, em 1223, é responsável pela organização do primeiro presépio, repercutindo por todo o mundo e sendo reproduzido pelos conventos, igrejas e pelo povo. Por isso é tido como o patrono universal do presépio e os frades franciscanos os responsáveis pela sua popularização ao promoverem e valorizarem o culto à natividade

 Escalonados e perspectivados, os presépios desenvolvem-se agrupando os núcleos fun­damentais da narrativa cristã, apresentada em figuras de tamanho variados. Desta forma é representada a sagrada família formada por Jesus menino deitado na manjedoura, nos braços de Maria, ou de pé e José ao lado; estes rodeados por animais como o boi, o burro e as ovelhas; a orquestra angelical; os pastores e os Reis Magos.

Os presépios refletem os lugares onde são montados, sendo por isso possível definir algumas tipologias, particularmente identificáveis pelo numeroso e diversificado conjunto de figuras do povo, que constituem os planos secundários, com registros de cenas do quotidiano.  De for­ma simplificada, pode-se associar ambientes campestres, grutas e mon­tes, arquiteturas urbanas com casas postadas nas encostas, cenas de ofícios variados, dentre outros. A criação destes cenários natalinos extrapola a estrutura religiosa, sendo, contudo, reveladores de situações sociais e crenças que compõem o contexto do imaginário do lugar onde estão inseridos.

Desde o período colonial tem-se notícias de presépios no Brasil, montados nas igrejas e principalmente nas residências particulares. A data de montagem dos presépios é oito de dezembro, dia da Imaculada Conceição, e o desmonte em seis de janeiro, no dia consagrado aos Santos Reis; ao longo deste tempo estes atraem visitas para observação do cenário e devotos que rezam e cantam diante do presépio. São vários os rituais em torno desta encenação que vão desde a reza do terço, muitas vezes cantados, passando pelo culto ao Deus menino com rituais próprios no dia 25 de dezembro e 01 de janeiro até os famosos giros das folias de reis,  bastante difundidos pelo interior do Brasil.

Segundo Cascudo (1972), desapareceu o costume de entrechos como as Lapinhas, ou pastoris, que, representadas por pastoras divididas nos cordões azul e vermelho, cantavam diante dos presépios. Em Pirenópolis, cidade goiana do período da mineração do ouro, os presépios são bastante difundidos e ainda se conserva a tradição da realização da Revista As Pastorinhas, cujo enredo narra a jornada de um grupo de pastores à Belém. Um fato interessante é que este auto natalino ocorre no período de Pentecostes, quando acontece o festejo maior da cidade, a Festa do Divino Espírito Santo.

 

Fonte:

http://www.revistaohun.ufba.br/PDFs/artigo8.pdf (acesso 23/11/08).

CASCUDO, Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 3ª ed. Rio de Janeiro, Tecnoprint, 1972, 930p.

Texto: Tereza Caroline Lôbo  

Fotos: João Guilherme da Trindade Curado

 

É permitida a cópia de fotos, desde que seja citada sua fonte, atribuindo os créditos ao devido autor do álbum.

Presépio por Ita Pereira

Presépio por Mariza Figueiredo

Presépio por Norberto Claudio da Veiga

Presépio por Luiza de Dadá

Presépio por Safia

Presépio por Tereza Caroline Lôbo

Presépio de Amália Rosa de Sá Pina

Presépio de Conceição Teixeira

Presépio de Elisabeth de Pina Lopes

Presépio de Laurita da Veiga

Presépio de Elaine Pina Lopes Curado

Presépio de Pompeu Christovám de Pina