Senhor do Bonfim
A grande festa da Lavagem das Escadarias do Senhor do Bonfim em Salvador- Bahia
O cortejo da 254ª Lavagem foi marcante pois, depois de décadas, baianas voltaram a ter acesso ao interior da Igreja, já que as autoridades eclesiásticas limitaram a lavagem apenas ao adro da Igreja, na década de 50. Porém em 2009 a porta da Igreja do Bonfim manteve-se aberta para que os fiéis e os participantes de outras religiões pudessem pedir a benção ao Senhor do Bonfim, o qual, nos cultos afro-católicos, é sincretizado como Oxalá.
A festividade se inicia com o ritual de uma missa, ou melhor, um culto, pois se trata de uma cerimônia multi-religiosa, que conta com representantes da igreja católica, da doutrina espírita e de religiões afro-brasileiras na escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia.
Deste ponto começa o cortejo em direção à Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, que tem 8 kilômetros de extensão.
Este cortejo é animado e constata-se o sincretismo religioso, havendo manifestações diversas: seja com a participação de cadeirantes, carros enfeitados, carroças, cavalos e grupos devidamente identificados por camisetas de cidades, ou grupos específicos, além de políticos.
Como parte marcante da festa há as bainas com seus jarros de barro, os quais são levados em cima da cabeça, com água de cheiro. A animação é ainda promovida pelo bloco dos Filhos de Gandhy.
A festa da lavagem é atribuída à promessa de um devoto. Acredita-se que o ritual da lavagem teve origem nos tempos em que os escravos eram obrigados a levar água para lavar as escadarias da Basílica para a festa dos brancos. Desde esta época ocorre o agradecimento do povo às graças concedidas pelo Senhor do Bonfim. Considera-se o ano de 1804 como o da primeira lavagem oficial.
Ao fim do trajeto na Colina Sagrada, uma multidão aguarda o cortejo para as bençãos religiosas e a lavagem do Adro da igreja. Após a cerimônia, as baianas dão os banhos de água de cheiro nos participantes e lavam as escadarias da igreja ao som do Hino ao Senhor do Bonfim.
Paralelo aos festejos religiosos, há ainda a festa "profana", marcada pela presença de barracas de comidas típicas e bebidas, desde o alto da Colina Sagrada. A partir de 1998 a parte carnavalesca da festa sofreu uma intervenção imposta pela Prefeitura Municipal e pela Arquidiocese de Salvador que, numa tentativa de defender as tradições históricas da festa, promoveram um afastamento dos trios elétricos e caminhões de blocos alternativos que acompanhavam o cortejo a partir da Avenida Contorno, os quais, muitas vezes, sequer cheganvam à metade do percurso e, de certa forma, desviavam e desvirtuavam o caráter religioso do dia segundo a classe eclesiástica. Porém a festividade profana ainda ocorre e é mais intensa após as 12:00h.
Fonte:
Agecom - Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo do Estado da Bahia
http://www.comunicacao.ba.gov.br/
http://www.naya.org.ar/congreso2000/ponencias/Luis_Americo.htm
Autoria: Clarissa Valadares Xavier
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